Saudade... Sehnsucht e um causo estranho.


Olá crianças


Conversando um tempinho atrás com o Léo (nosso amigo famoso lá da Taberna)...ele me explicava como é a palavra para saudade em alemão...e é essa ai em cima Sehnsucht (vício dos sentidos) ...e é meio o que a saudade é mesmo...


Sempre estou com saudades de alguém...de algo...cada viagem é assim... quando mato a saudades de alguém ..tipo meus avós ..hoje...já começo a ficar com saudades de outra pessoa...tipo meu pai que não vejo desde que casou de novo... enfim ... ai pra completar recebo uma mensagem em offline de um amigo meu ... dizendo estar com saudades de mim também... e ainda mais diz que passou aqui no Blog pra matar as saudades... ai sais...mais um pra aumentar minha saudade... porque fiquei com saudade dele também...o que aliás já estava...esses dias andando perto da casa dele bateu saudade dele... olha como são as coisas... e 2 dias depois ele me manda a mensagem dizendo o mesmo... aff...bjkas Xande já te ligo... mas depois disso ... lembrei da poetisa da saudade... que é a Florbela Espanca... e lembrei de um causo.


Estão sentados?


Acho que já contei esse causo (a gente vai ficando velha ... ops...não... o blog vai envelhecendo ...não eu) enfim ...o blog envelhece e os causos se repetem... vamos lá...


Coleciono todos os livros da Florbela Espanca...um deles primeiras edições... é uma poetisa portuguesa que muito amo...


Enfim... comprei uma coletânea com seus sonetos mais populares... e eis que no meio da leitura me deparo com uma folha arrancada ... assim do nada... que revolta...agora quando entrarmos numa livraria temos que conferir folha por folha dos livros...e isso é uma mágoa cada vez que abro o livro... a foto ali em cima...
Muito curiosa fui no índice olhar qual (quais) o soneto que foi duramente arrancado do livro ... e trago eles para vocês:
TOLEDO

Diluído numa taça de ouro a arder
Toledo é um rubi. E hoje é só nosso!
O sol a rir…Viv´alma…Não esboço
Um gesto que me não sinta esvaecer…

As tuas mãos tateiam-me a tremer…
Meu corpo de âmbar, harmonioso e moço,
É como um jasmineiro em alvoroço
Ébrio de sol, de aroma, de prazer!

Cerro um pouco o olhar, onde subsiste
Um romântico apelo vago e mudo
- Um grande amor é sempre grave e triste.

Flameja ao longe o esmalte azul do Tejo…
Uma torre ergue ao céu um grito agudo…
Tua boca desfolha-me num beijo…

No verso estaria esse poema:

SER POETA

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!


E a dúvida persiste ...quem arrancou a página queria qual dos dois sonetos?

Ai como sou curiosa...

Dias felizes a todos !!!

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