Convidando para um passeio ... de Praga até os EUA com Dvorak...


Olá crianças

Essa era uma sinfonia que há muito queria contar pra vocês e que já rendeu muitos papos a respeito entre o Leo e eu ..o Leo da Taberna ... Que possui um túnel de passagem no blog dele que acaba aqui...kkkkk
A sinfonia do Novo Mundo de Dvorak.. Ou nona sinfonia em mi menor ...me remete além da beleza que toda obra possui e faz dela uma de minhas preferidas, me remete também a voinho que a estudou amplamente...uma das primeiras que assisti ao vivo..enfim...é parte do que eu sou quase...
Metade dessa viagem que vou contar veio desses estudos de voinho, livros e guardados do Carnegie Hall ...que tiveram origem nos diários do próprio Dvorak e seu assistente..


A chamo de Sinfonia da aventura...ou viagem com Dvorak ao novo mundo ... Vamos começar a jornada então ...sem delongas..e já digo, se não gosta de música clássica... Aposto que vai gostar quando ouvir a sinfonia depois de ler esse post...é um método ótimo com crianças também...
Para ouvir toda a Sinfonia já digo que esse post é continuação do post do Leo e por lá tem a sinfonia completa, clique aqui.

Bem Dvorak nasceu na Tchecoslovaquia em 1841 e morreu em Praga em 1904.
Em setembro de 1892, Dvorak, sua esposa e seus filhos (Otillie e Antonin) começam sua jornada para a América... ele (que já era conhecido na Europa) veio a convite para administrar o conservatório de NY e a Filarmonica de NY, um grande desafio e honra pra época.
Na estação muitos amigos os esperavam para se despedirem do maestro e de sua família, eles saíram de Praga as 3 da manhã rumo a América.







Segundo ele:“A viagem foi muito prazerosa no início...exceto por 3 dias de tempestades.”

Segundo o capitão do navio enquanto todos aguardavam nas cabines do navio Dvorak parecia querer participar da tempestade ... No convés... E isso é mostrado no primeiro movimento da Sinfonia ..sinfonia esta que possui 3 temas e quatro movimentos.

A Sinfonia:

O primeiro movimento serve pra mostrar o motivo da sinfonia que é a viagem ao novo mundo e ao mesmo tempo que é triste, saudosista ele traz uma certa alegria... Medo do desconhecido.. Começa sombria mas em um certo momento a gente já se sente em alto mar...

Durante todo esse movimento ele traz isso pra gente todos esses sentimentos contraditórios, humanos...e relembra em uma certa altura as músicas folclóricas de sua terra que ele estava deixando pra trás.

“ I have myself have gone to the simple forgotten tunes of. The Bohemian to my Works” Dvorak

Esse movimento termina com ele avistando terra a vista..depois de 9 dias de jornada...



Foto roubada do blog do Leo



O segundo movimento é uma dos momentos mais lindos de toda a sinfonia...é a chegada ao Novo Mundo ... Chegada que aconteceu a noite... Aqui Dvorak coloca já as influencias das músicas dos negros americanos que tanto o fascinou na américa.

“And s it is very wild here and some times very sad..” Dvorak

Em todo o movimento a saudade de sua terra natal é evidente mas aos poucos é substituída pela euforia de conhecer terra tão linda, o dia amanhece e já aparecem pássaros, animais e observem que quando o segundo tema é tocado de novo ele substitui as flautas pelo violino ..amo essa mudança..

No tema 3 desse mesmo movimento tem uma cachoeira..que é a cachoeira que o Leo bem lembrou...é aquela sensação de você caminhando na mata e do nada aparece uma cachoeira e isso dá pra notar claramente nesse segundo movimento...que é a parte que a Claybom aqui sempre chora..principalmente em apresentações ao vivo que são sublimes...

Mas voltando a viagem ... Esse movimento termina já noite novamente ... Ele mostrando que apesar de toda a beleza a saudade de sua terra permanece.



O terceiro movimento é genial é onde a civilização aparece, suas carruagens, trens, pessoas ... A gente se sente em meio a um filme de faroeste, aqui ele traz os índios americanos e ao mesmo tempo nos fala da cidade de Nova York das pessoas, das festas...




5a Avenida, NY em 1893.

O quarto e último movimento é a conclusão de toda a sinfonia, aqui ele mostra todo o contraste que era e é a américa, toda a esperança das pessoas no progresso... o desenvolvimento... enfim tudo o que NY representava na época e hoje também.

Todos os temas de todos os movimentos ele traz nesse movimento final e termina a sinfonia com o primeiro tema... Voltando a dizer que apesar de toda aquela beleza ...ele sentia falta de sua terra e nos conta no final que ele iria enfrentar toda a viagem do início para regressa a Praga mais uma vez.O final é de esperança na volta.

A Sinfonia estreou em 16 de dezembro de 1893 no Carnegie Hall em NY executada pela Filarmonica de NY e foi tão aplaudida que já no corredor o maestro precisou voltar para agradecer mais uma vez, precisou fazer isso 4 vezes.
Sempre que Dvorak falava de sua terra natal ele chorava, segundo nota de seu assistente..e ele traz toda essa paixão nessa obra lindíssima. Ao mesmo tempo que exalta o novo mundo ele também diz que não há nada como a terra onde nascemos... para ele o nome da sinfonia era Going home...lindoooo.

O dia só pode ser feliz depois de tudo isso não?

Dias felizes a todos.

Comentários

Genial!! Fantástica!!
Essa sinfonia, assim como toda a obra de Dvorak são fantásticas!!!

Deveria ter gravado em vídeo uma entrevista com seu voinho, Lany!!!

Post perfeito!!!!
Izabelle Costa disse…
Que bonita história!

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