Le Horla ..Guy de Maupassant



Foto: Floresta de Roumare/França quintal da casa do conto do Guy... deve ser sinistro a noite... onde tudo começa
Olá crianças
Guy de Maupassant (1850-1893) me tirou o sono na infancia... principalmente porque um dos bichos mais bichos eu encontrei no conto "Le Horla" dele... e sem contar que no final o tal bicho ..alma..animal ..não sei ... tinha origem no Brasil..precisamente onde??? No Rio de Janeiro...imagina isso na cabeça de uma poor child????

Nada mais selvagem poderia vir do Rio de Janeiro??? Pobre frances...não sabe de nada ...em pleno 2009 ele iria achar coisas mais doidas ...kkkkkkkkk mas voltando ao Horla... a paisagem é tão meticulosamente desenhada que eu passei muitos anos pensando de como seria essa casa à margem do Sena, perto de Rouen na França...com a floresta de Roumare como quintal...


"Gosto da minha casa, onde cresci. Das janelas vejo o Sena que corre ao longo do meu jardim, por trás da estrada... o grande Sena que vai de Rouen ao Havre, coberto de barcos que passam.

Lá, à esquerda, Rouen, a grande cidade de telhados azuis, sob a multidão pontiaguda dos campanários góticos. São inumeráveis e esguios ou largos, dominados pela flecha da catedral, e cheios de sinos que ressoam no ar azul das belas manhãs.." Na primeira versão do conto ele diz que essa cidade que fica entre Rouen e o Havre chama-se Biessard.. eu ainda não tinha achado ..eis que nosso guerreiro medieval o Léo achou Biessard pra nós:



..olha da vista que ele falava ai em cima...

...e ontem eu resolvi procurar esse lugar na net.. olha como foi a caça:

Primeiro conhecia Rouen..que é onde a Joana D'arc foi queimada ...na Normandia... catedral de Notre Dame obra prima do gótico... parti desse ponto ..em direçao a Havres... passando pelo Sena da foto ai em cima do barquinho...




Depois de divagar em outras igrejas de Rouen ..cheguei a conclusão que seria essa mesmo ...por causa do campanário único que seria visto ao longo do Sena...

O Sena quando sai de Rouen...



Rouen na época do conto é essa aqui ..um achado do Léo :



...continuando saindo de Rouen vamos achar a floresta de Roumare na altura de Biessard...as margens do Sena da foto lá do barquinho... a floresta por dentro está lá em cima ...e a vizinhança está aqui embaixo:


Vizinhança da tal floresta...já entrando no clima do conto ...só faltava uma casa que batesse com as características ..e olha essa com a floresta de Roumare atrás...será que o Sena passa perto??? Não sei ... mas é a casa que eu tinha em mente.




A casa que mais chegou perto do clima do conto...

Só que lembrando o final do conto ..o Horda esse ser imaginário... teve origem onde? No Rio de Janeiro de 1887 ano que o conto foi publicado... e olha a Rio de Janeiro que existia na época:


Rua do Ouvidor

E olha quem por aqui andava no mesmo ano:



Família imperial com D.Pedro II e Tereza... olha que surpresa boa não é mesmo?

O conto tem duas versões..a primeira é narrada por um doente em um manicômio ... e nós somos os ouvintes junto com a equipe médica... a segunda versão é infinitamente melhor...porque é um diário.. dia após dia a gente acompanha a evolução dos fatos... e eu matei minha curiosidade de infancia ao ver todos esses lugares que só existia na minha mente... agradeço ao Léo do blog lá do link que sempre aceita viajar comigo nessas viagens pelos anos passados... termino o post dando uma sugestão pra ele falar mais sobre o Rio nessa época... mais uma vez passo a bola pra ele aguardando novas fotos.

"Depois do homem, o Horla- após aquele que pode morrer em qualquer dia, a qualquer hora, a qualquer minuto, por qualquer acidente, chegou aquele que só deve morrer no seu dia, na sua hora, no seu minuto, porque atingiu o limite da sua existencia!"


Fecho o post com o poema de D.Pedro II dedicado a imperatriz Tereza Cristina de 1891..ano que ela morreu e como dito no jornal Le Gaulois no dia de sua morte: “Era uma mulher virtuosa e boa, da qual a História fala pouco, porque nada há de mal a dizer-se”.

À Imperatriz

Corda que estala em harpa mal tangida,
Assim te vás, oh doce companheira
Da fortuna e do exílio, verdadeira
Metade de minh'alma entristecida!

De augusto e velho tronco hastea partida
E transplantada em terra brazileira,
Lá te fizeste a sombra hospitaleira
Em que todo infortúnio achou guarida.

Feriu-te a ingratidão, no seu delírio;
Cahiste, e eu fico a sós, neste abandono,
Do seu sepulchro vacillante cirio!

Como foste feliz! Dorme o seu somno,
Mãe do povo, acabou-se o teu martyrio,
Filha de Reis, ganhaste um grande throno!
D. Pedro D'Alcantara (1891)


Dias felizes a todos !!

Comentários

Izabelle Costa disse…
Guy no início e Pedrinho ao fim...
Só você mesmo para conseguir fazer essas sinapses!!!!!!
Amei!

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